sábado, 29 de dezembro de 2007

BOA VIAGEM

FOZ DO IGUAZU








É PRECISO PARAR PARA VER



COMO SE ANDA



MAS O TEMPO NÃO PÁRA



NEM NOS APEADEIROS



BOA VIAGEM




quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O PAÍS EM ALTA TENSÃO

alta tensão




Após tantos anos de promissoras promessas incumpridas

o chefe da maioria esmagadora,sorridente - brilha - perante

um Menezes,que ao invés de condenar princípios e métodos

de governação,reza de bandeja,por esmolas - como um triste.

Abdica de ser oposição credível para falar manso e grosso-

o que não espanta.


Entretanto a REN,empresa destinada a enterrar cabos

eléctricos,que a céu aberto têm lesado muita gente - vai propor

ao chefe um aumento de 40% aos consumidores.Uma vez mais

para o chefe não concordar com tão elevada percentagem.


O país assim bipolarizado está no limite da paciencia

mas ainda talvez distraído vá apascentar uma nova guerra

de alta tensão.


terça-feira, 25 de dezembro de 2007

QUEM NOS DESANDA?

o puma






Meu deus

porque somos tão criativos?



Quem nos desanda?



Quem anda nos meus pés

a trilhar caminhos que são meus?



Quem nos desanda?



São os teus pés


nos meus?








terça-feira, 18 de dezembro de 2007

BOTAS





DEZEMBRANDO


VOS DESEJO


AS MELHORES JANEIRAS

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

ERA UMA VEZ O NATAL





Lá em casa,há mais de cem anos foi assim que me contaram.


Era uma vez o Natal.O dia do inverno branco e da generosa lareira

em família.Uma festa de silêncios incontidos e muitas histórias de pasmar.


Lá em casa ninguém rezava,mesmo nos momentos mais difíceis -

muito menos se pedia seja o que for ao menino Jesus.


Era uma festa bonita sem presépio onde nunca faltou um pinheirinho

com luzes de velas a incendiar os nossos olhos.A casa ficava cheia de amanhãs.


Há mais de cem anos,foi assim que me contaram - e talvez por isso -

ontem decidimos que era Natal.


Convoquei o meu cão de barro para o convívio em família.Destinei-lhe

um lugar nobre,junto à lareira.


Foi minha convicção que ali poderia ajudar com o brilho dos seus olhos

a dar mais cor ás cabeleiras do lume e ser amaciado de quando em vez

pelas mãos de veludo da nossa avó.


O Dique,firme no seu posto de vigília,aguardou paciente,leal e reconhecido

pelas doze badaladas do relógio de pêndulo.Participou em silêncio na orgia

das prendas,nas graças familiares,no acender e apagar das velas,no azinho

que ciclicamente alimentava a lareira,na festa coletiva - quando foi colocada

a descoberto a fava do bolo rei - e até achou meigo o beliscão que um dos

putos lhe deu numa das orelhas.


O Dique resistiu como um cavalheiro competente a todas as euforias.

Só não resistiu ao piscar de olhos de uma gata de peluche que lhe miou

em falsete qundo eu precisamente - lhe dei corda.


O Dique - cão de barro habituado a todas as intempéries,resistente a todas as estações do ano,com provas dadas no terreno,pastor de rebanhos inventados

protagonista de sonhos acordados - respeitado por saber ouvir -

cedeu ontem pela primeira vez na vida.Cedeu à ternura da gata e deixou

cair um dos seus olhos de esmeralda chinesa.


Era Natal mas nem por isso a nossa avó deixou de reagir - e de imediato disse com voz grave mas muito terna.


O Dique apaixonou-se pela gata.


Na verdade a avó não mente e a família assim despertada para o evento

só podia fazer o que fez.Cantou um poema de Natal.


O brilhante chinês foi de novo colocado com afecto no olho esquerdo

do Dique.


Aconchegámos os dois num caixote com palhas e ficámos assim

comovidos e a festejar.


Todos menos eu - que também já estava a gostar da gata.





sábado, 8 de dezembro de 2007

NOITE DE LUZ












És bela de tão pouco

noite de luz

branca

ondulada

à saída dos corais

nas águas lavadas

que fremem espumas



Vejo-te clara

ao longe

e já te sorvo macia

nos caminhos da praia



Oiço-te pé ante pé

a marulhar

salivas desmaiadas

no sítio das areias



És bela de tão pouco

noite de luz

branca

quando tentas desvendar

no secreto coração das aves

o melhor destino dos lábios



sobretudo no fogo

os relâmpagos

onde se deitam




terça-feira, 4 de dezembro de 2007

CUIDADO - MORALISTAS À SOLTA





Todos querem viver mais tempo,mesmo que seja à porta das farmácias
com reformas de miséria,impedidos do acesso aos medicamentos.


Obviamente que não defendo quem fuma,nem o contrário
- defendo isso sim o direito privado à livre escolha,o respeito pela diferença
- porque todos - pelo menos em tese - temos direitos iguais e pagamos
impostos.

Não há nada pior para fumadores e não fumadores que a tirania e a arrogância.Os moralistas andam por aí à solta e constituem um perigo
para a vida em sociedade.

Um dia vão lembrar-se de proibir o alcool,o sal,o açucar e as saídas
à rua depois da meia noite.
Sem nos apercebermos (?) cada vez mais vivemos em sociedades
vigiadas por fanáticos,donos absolutos das nossas vidas privadas
moralistas sem espelho e mercadores.




















segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

CHAVEZ VERSUS SÓCRATES






O que a maioria esmagadora,aliada aos arrependidos de Sá Carneiro

pretendem para o poder local - limitação de mandatos - o que é aberrante

do ponto de vista da vontade das populações sufragada por voto secreto nas

urnas eleitorais - é precisamente o contrário que Chavez pretendeu introduzir

na lei,no seu país.


O eleitorado na Venezuela entendeu,pela margem de 0,7% que não -

isto é - o eleitorado entendeu que Chavez queria - não a possibilidade da

livre escolha,mas a sua perpetuação no poder.


Por cá a ideia é limitar por via administrativa os mandatos - isto é -

as tribos geminadas no poder,meia dúzia de rapazes,querem decidir pelas

populações.


Na Venezuela - por 0,7% o eleitorado teve medo de Chavez.Por cá -

nos passos perdidos,meia dúzia de rapazes instalados demonstram medo

da livre vontade das populações.


Admito que o eleitorado da Venezuela,mesmo por uma margem de 0.7%

se entenderia bem com Sócrates.




sábado, 1 de dezembro de 2007

ASAS REMOS E PASSOS










OS MEANDROS DO RIO



SÃO ARGOLAS



AZUIS EM REDOR



DOS OLHOS



OS BARCOS AJUDAM



O RUMOR DAS ÁGUAS



AS AVES DANÇAM TRAJECTÓRIAS



SEM APEADEIROS DE MASTROS





QUE BOM ESTE CANSAÇO



MOVIMENTO



DE ASAS REMOS E PASSOS