domingo, 31 de agosto de 2008

SOCIEDADE VIGIADA CERCO À DEMOCRACIA

Todos temos o dever de pagar impostos ao Estado para vivermos com direitos. A segurança dos cidadãos é um direito fundamental nas sociedades democráticas. Considero que não é possível imaginar uma comunidade sem justiça nem polícias. Entendo no entanto que o Estado democrático deve pugnar pela privacidade dos cidadãos - um valor inestimável. Logo o Estado não deve tornar-se num Estado policial que em nome da falta de capacidade dos governantes para controlar e punir um punhado de marginais, segue o percurso mais fácil e abusivo, isto é - o de controlar, cada vez mais, a população do país.
Tudo isto a propósito do chip que o governo vai impor às matrículas dos automóveis. Caso a lei não acautele a privacidade das pessoas, estaremos uma vez mais perante um atentado à democracia.

domingo, 24 de agosto de 2008

NO PESTANEJAR DE UMA VÍRGULA

Olho-te como se fosse a primeira vez
Na verdade a água
corpo líquido de mulher
tem segredos escondidos no fundo das pedras
alimentos de fogo
talvez uma praia onde se fundem
areias e lábios
um piano de luzes
que determina o tempo das estações

Ainda bem que tens ilhas selvagens
sinais apócrificos que se desnudam
em gestos simples
no pestanejar de uma vírgula

Na verdade a água sabe rir e chorar
no espelho das próprias lágrimas
no rumor das maresias
e eu descobri uma vez mais
que tens póros por onde respiras
silêncios escarpas por onde escorrem salivas
que te ergues e desmoronas
abrigo e mensageira
te desprendes do chão
ou hibernas nos corais

Que bom ainda hoje
partilhar contigo este despertar
aprender vida fora a descobrir-te
como se fosse a primeira vez
deixar por um instante
a outra água
para os peixes se moverem

terça-feira, 19 de agosto de 2008

ASSALTO



Não resisto a dar nota desta notícia da imprensa regional. Insólita? Pois - mas preocupante


Na rua dos Comediantes,em Setúbal, o consultório do dr. José Forreta, foi assaltado.

Os ladrões puderam estar sossegados.

Em frente está o parque da PSP que se presume, na hora do assalto, ter apenas um guarda.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

HASTEAR PALAVRAS

PEDRAS

Por vezes luz

na substancia da espuma

mas só quando rebenta

nas falésias

se torna azul

Não somos nós

são as palavras

Por vezes acontecem

deuses residuais

secretos predadores

das mais íntimas claridades

a fazerem ninhos

no ouvido dos búzios

Andam por aí

a segredar nas águas

Por vezes na minha jangada

disponível para os lábios

reuno algumas claridades

soletro

entrego-me quase legível

só para te espantar florida

de pequenos nadas

Por vezes rebentamos

nas falésias

espuma e jangada

só para hastearmos palavras

sábado, 9 de agosto de 2008

AVES QUE SE LEVANTAM

ÓLEO DE OLBINSKI

A erosão do movimento

gera novos movimentos

no espaço

neste chão de asas

tão leve

que já nem o ar que se respira

sente os seus passos

Chamo por ti

simplesmente chamo

e tu vens

Só não sei quem és

e isso para mim já é tanto

A erosão do movimento

gera novos movimentos

mesmo nos rios cansados

Repara bem

onde se movem as águas

estão sempre a cair aves

que se levantam

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O PAÍS DE COSTAS NA PRAIA


O espaço aéreo de Albufeira está controlado para Cavaco Silva não ser atacado em férias.
Nos jornais o que se diz - são assaltos em terra.
No Pontal, Manuela Ferreira Leite - nem por terra,nem pelo ar. Talvez pelo mar.
O país de costas e na praia - aguarda uma vaga.

domingo, 3 de agosto de 2008

QUATRO MÃOS

REENVIO - EM PARTICULAR PARA O MEU IRMÃO

LUIZ GARCEZ, PROFESSOR DE MÚSICA CLÁSSICA,

NA GUITARRA PORTUGUESA