quinta-feira, 22 de agosto de 2013

AS SEARAS






É o sol que desponta
quando acendo um fósforo
e vejo como se movem as sombras
quando luz
e desfolha a noite
num sopro de lume

é o sol a raiar
que se deita no chão
despido de pétalas
a ouvir pássaros de ninguém
improvisarem hinos na folhagem

é o sol que se ateia silvestre
muito antes de ser dia

mas nem assim troco as tuas flores
por outras bandeiras
nem os teus lábios
por outros jardins

mesmo que o outro sol
adormeça de cansaço

as searas


 

31 comentários:

Canto da Boca disse...

Belíssima forma de de cuidar de um jardim!

Dia disse...

É um poema belissimo.
Adorei

Lídia Borges disse...


"As searas adormecidas de cansaço" é uma imagem forte que se enche de múltiplos sentidos.

Um beijo

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Que as searas nunca adormeçam...precisamos de pão.
Sempre profundo.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Rogério G.V. Pereira disse...

Tens razão
As searas sempre me souberam a pão

jorgil disse...

Um poema de eleição!

Branca disse...

Belíssimo como sempre, num final que nos deixa uma sensação de espanto.

Beijos

Dilmar Gomes disse...

Lindo!
Um abraço.

trepadeira disse...

"O sol que se ateia silvestre muito antes de ser dia ...", magnífico.

Abraço,

mário

Daniel C.da Silva disse...

Muitíssimo bom. Tocante e belo.

Beijo amigo

Aline Carla Rodrigues disse...

Não sei o que seria de mim neste momento sem a tua postagem, não resisti e compartilhei no blog.
Um beijo no seu coração, Aline Carla.

Shirley Brunelli disse...

O amor queima mais que o sol...Lindo! Beijo!

Anónimo disse...

Sempre tão belo.

Suzete Brainer disse...

O sol antes de ser dia

permeia um caminho iluminado...

Este poder estelar dourado

faz renascer a beleza sublime...

Um poema sublime!!

Laços e Rendas de Nós disse...


Luminoso este momento! Obrigada por poder ter lido.

Beijo

Laura

BL disse...

Pétalas de silêncio
quando desce o sol da tarde

Bom fim de semana, EF :)

bettips disse...

Um dia... importaremos couves da China
embora as nossas searas. Os poetas choram a pele da nossa terra.
Abç

jrd disse...

Vermelhas e quentes são as searas!

marlene edir severino disse...

Poeta!

Belíssimo!

Sónia M. disse...

Belo e profundo!

Bjs

Silenciosamente ouvindo... disse...

Como sempre uma excelente poesia.
Bj.
Irene Alves

Luna disse...

podem existir muitos sois mas só um nos aquece a alma
beijos

Pérola disse...

O Sol que faz crescer e fortalece ânimos.

beijo

vida entre margens disse...

Quantos sois se acendem dentro de cada um de nós... quantos jardins nos cabem nas mãos... e as pétalas, e os aromas, que nos despertam para a vida...

Simplesmente MARAVILHOSO!!!

Abraço!!!

The Perfect Stranger disse...

não comento poesia
gosto :)

Vento disse...

de pés nus
até que o cansaço vá embora
no chão das searas

sempre tudo tão lindo
aqui

beijo

Sopro Vida Sem Margens disse...

De uma mesma boca procede a luz, num sopro de lume admirável...

Ailime disse...

Sublime e adorei a forma como termina o poema! Estas searas têm a luz do sol sempre a beijá-las, apesar do cansaço. Bj

CÉU ROSÁRIO disse...

٠•●♥ Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ ·٠•●♥
Não procuras descobrir os segredos que escondo,
Contenta-te com as pétalas, pedaços de alma que te dou.
Não queiras ver além do que te mostro,
Mas vê nas palavras tudo o que sou.
·٠•●♥ Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ ·٠•●♥.

Mel de Carvalho disse...

inesgotável a sua capacidade de escrever - simples e belíssima.

um prazer regressar aqui
abraço amigo

Mel

AC disse...

O outro sol anda demasiado adormecido, há que despertá-lo.
Sempre bem, Eufrázio!

Abraço