quinta-feira, 22 de setembro de 2016

FOLHAS DESPRENDIDAS





A pestanejar
sentámo-nos
no cais
onde as marés se aconchegam

falámos quase tudo
partimos
sábios e mudos

na mesa deixámos
folhas desprendidas
a fingir de barcos


Eufrázio Filipe

23 comentários:

Odete Ferreira disse...

E quanto se aprende na linguagem dos silêncios!
Mais um poema que me emudece!
Bjo, Filipe :)

Arco-Íris de Frida disse...

Queria sentar nesse cais...

Laura Ferreira disse...

que o Outono seja bom :)

manuela baptista disse...

tal como os barcos,

navegam as folhas em fios de água, tudo a fingir, sim,
mas é bonito


um abraço

Marta Vinhais disse...

Revelamos tudo nesse cais de silêncio...
Sem que sejam precisas palavras....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

anamar disse...

Coisas do outono.

Abracinho

Emília Pinto disse...

E a vida segue de estação em estação, com diferentes momentos, vividos de diferentes modos, com pessoas que a cada momento se tornam diferentes; neste girar da roda que é a vida, paisagens mudam, os verdes amarelecem, os castanhos dominam, e as folhas, cientes da sua função se desprendem, cobrindo de dourado o cinzento das calçadas, o verde dos relvados, mas...., não esquecendo o barco lá vão algumas, ajudadas pelo vento que sopra, nele pousar ,como que dizendo que têm de novo ir, e que têm de novo voltar. Nesse vai e vem novas folhas cairão, mas outras nascerão; o verde voltará para renovar em nós a esperança de vivermos a próxima estação.
Muito obrigada pelo belo momento e um bom fim de semana, amigo. Um beijinho
Emilia



Manuel Veiga disse...

reconheço a árvore donde as folhas se desprendem´.
e os sonhos e os barcos a amadurecer, a hora de os soltar.

e reconheço o Poeta que tão bem os canta!

abraço amigo, meu caro Eufrázio.

Jaime Portela disse...

É a falar que a gente se entende...
Excelente poema, meu amigo, parabéns pelo talento que a tua poesia sempre revela.
Caro Eufrázio, tem um bom fim de semana.
Beijo.

Graça Sampaio disse...

Muito lindo. Tão simples, tão solto, tão belo! E tão bem ilustrado.

Um artista, Mar Arável! Parabéns.

Beijinho.

Mar Arável disse...

Jaime Portela
Não se enganou na morada?

Janita disse...

Sente-se que as palavras se desprendem, tão suavemente, como as folhas amadurecidas, prontas para fertilizar novos rumos.
Adorei esta doce e cúmplice simplicidade, entre a palavra e a imagem.

Beijinhos, Poeta!

jrd disse...

Belíssimo poema.
A simbiose perfeita das palavras e da imagem.
Um abraço fraterno

Fê blue bird disse...

O outono é propício a este desprendimento.

Muito belo, tudo!

Um beijinho

ana disse...

Cá estou a visitar a sua escarpa. E que beleza encontrei!
Bj. :))

Graça Pires disse...

Quando entre as palavras e os silêncios apenas os barcos nos perturbam...
Uma boa semana.
Beijos.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

por vezes os silêncios falam mais alto que certas palavras

e os barcos fecham-se calados

muito belo...

gostei da foto que deu suporte a este poema...tenho uma muito parecida que captei um dia destes.

boa semana.

beijinho

:)

Ailime disse...

Boa noite Poeta,
No cais onde onde a cumplicidade do silêncio se une ao desprendimento das folhas.
Lindo!
Bjs
Ailime

AC disse...

Muito belo, meu caro Eufrázio.

Abraço

LuísM Castanheira disse...

sábios são os ouvidos...
nós silêncios desprendidos.

Graça Alves disse...

Gostei de ler!
bj

Teresa Almeida disse...

As folhas prendem-me esta vontade de partir. Magnífico! Beijo.

Agostinho disse...

Pela fluidez que se adivinha nas palavras do poema a confluência das marés foi conseguida.
Sublime a tua forma de dizer.

Ainda estou na gravilha da curva.
Até breve.